Cobrar do governo e das escolas uma educação mais eficiente para o trânsito é seu direito. Mas é seu dever educar primeiro.
Uma cena muito comum e lamentável nos dias de hoje: pais parando em fila dupla ao deixarem seus filhos na escola. Convenhamos: não é uma boa forma de educar crianças para o trânsito…
O problema disso não é só a infração em si. Para a criança, é o início de um processo de normalização que será muito difícil reverter ao longo da vida.
Ela crescerá achando que infrações como esta são normais, que fazem parte do convívio, e que não há problema nenhum em cometê-las.
Este artigo tem o intuito de chamar a atenção para a importância de educar crianças para que se tornem adultos mais responsáveis no trânsito.
E este papel cabe a todos nós.
O papel dos pais
A educação sobre o trânsito começa em casa. Mesmo que a família não possua carro, já na infância o contato com o trânsito se dá de forma inevitável.
Crianças são pedestres, ciclistas e passageiros, e são muito mais vulneráveis que os adultos. Esta é mais uma razão para que elas sejam bem educadas.
Por estarem inseridas no trânsito desde muito cedo, é muito importante que elas conheçam as regras básicas de trânsito, inicialmente para cuidarem da própria segurança.
Os pais não devem perder nenhuma oportunidade de apontar situações erradas e falar sobre suas possíveis consequências.
Tão importante quanto alertar para os erros é falar sobre atitudes corretas. Faça a criança observar o uso do cinto, explique a função da seta, mostre e explique as cores do semáforo, chame a atenção para a faixa de pedestres, mostre o velocímetro e explique sobre limites de velocidade, etc.
Uma dica muito valiosa é a seguinte: nunca dê a entender que as leis devem ser respeitadas para evitar punições. A criança precisa aprender que a responsabilidade no trânsito é algo que beneficiará a todos.
O bom exemplo é sempre a melhor forma de educar. No trânsito, ter essa iniciativa é fundamental.
Além de educar os filhos, os pais também se tornam motoristas e pedestres mais responsáveis, automatizando bons hábitos e ficando mais atentos às leis de trânsito.
Que pai ou mãe nunca levou uma bronca de um filho por falar ao celular enquanto dirige?
Isso é sinal de que você está desempenhando bem o seu papel de educador, mas é claro que precisa melhorar nos exemplos que dá!
O papel das escolas
Uma criança que já interiorizou as regras básicas de trânsito em casa está muito mais preparada para assimilar o que for aprender na escola.
A função dos educadores é aprofundar a educação sobre o trânsito, além de corrigir eventuais falhas na educação recebida pela criança em casa.
É na escola que as crianças começam a socializar, e por isso percebem melhor a sua importância e o seu papel no trânsito.
O tema trânsito pode ser abordado nas escolas de forma transversal, ou seja, estando presente em todas as disciplinas.
As crianças menores são beneficiadas com atividades lúdicas, como jogos, pinturas e canções, dando sequência ao que foi aprendido com suas famílias, fixando melhor as regras.
Os maiores já estão preparados para um conhecimento um pouco mais avançado das regras de trânsito, e também das consequências da irresponsabilidade.
Neste caso, a educação precisa considerar que eles já estão em uma fase da vida em que esperam ansiosamente por uma oportunidade de dirigir. Por isso os professores devem ficar atentos.
O papel do governo
Como problema que afeta a todos, é claro que o trânsito também é assunto do governo, nas esferas federal, estadual e municipal.
As instituições públicas do Brasil são referência em educação para o trânsito. Não são poucas as prefeituras que promovem ações paralelas a iniciativas federais de educação para o trânsito, por exemplo.
Sabe aquela minipista de trânsito que recebe estudantes em sua cidade? Provavelmente é uma ação da prefeitura. Com carros de brinquedo, as crianças aprendem o significado das placas, a importância de atravessar a rua pela faixa e se divertem enquanto entendem a lógica dos semáforos.
Alguns departamentos estaduais e municipais de trânsito também promovem palestras e peças de teatro direcionados a crianças.
O governo dá o suporte, as escolas sistematizam o ensino, mas cabe aos pais a educação de seus filhos para a educação e conscientização no trânsito.
Um bom exemplo de iniciativa governamental na educação para o trânsito é o do Governo do Paraná.
Educar crianças para o trânsito é tarefa de todos (mas é você quem dá o exemplo)
Cada saída de casa, seja uma ida ao mercado ou uma volta com o cachorro pelo quarteirão, é uma oportunidade de mostrar às crianças as regras básicas de trânsito e alertar sobre os perigos.
Ensine a criança, quando estiver a pé:
- Atravessar um cruzamento sempre em linha reta;
- Nunca atravessar a rua entre os veículos (se não houver faixa, aguarde);
- Andar na calçada não é 100% seguro. Cuidado com entradas e saídas de veículos;
- Ao descer de um ônibus, não atravesse a rua pela frente dele.
- Não corra para aproveitar o sinal verde para pedestre. Aguarde o próximo.
Quando estiver ao volante, dê o exemplo:
- Use o cinto de segurança mesmo em distâncias curtas;
- Nunca use o celular, nem para falar, nem para escrever ou checar as redes sociais;
- Não permita animais ou crianças nos bancos da frente (no colo ou no banco do carona);
- Jamais jogue nenhum tipo de lixo pela janela;
- Não se vire para conversar com passageiros ou observar algo fora do carro.
Se o adulto toma os devidos cuidados no trânsito, a criança crescerá mais responsável.
Todas as dicas acima podem ser resumidas em apenas uma: respeite a sinalização. É a forma mais prática de educar crianças para o trânsito.
Ah! E só lembrando: nunca pare em fila dupla, especialmente em frente à escola!
Fonte: https://icetran.com.br/blog/educar-criancas-para-o-transito-e-dever-de-todos/